pós-olimpíada

VÍDEO: Jogos de Tóquio impactam vendas e aulas de esportes em Santa Maria

Leonardo Catto

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)

José Cândido tem 54 anos e vende skate há 20 anos. Isso é metade do tempo que ele anda sobre as rodinhas. Hoje, como gerente de uma skateshop no centro de Santa Maria (uma das únicas da cidade), ele vê a procura aumentar. O movimento, que já era maior desde o final ano passado, ganhou força quando brasileiros subiram ao pódio da Olimpíada de Tóquio pela modalidade. Outros esportes que tiveram representantes brasileiros com destaque também despertam mais interesse no município.


O skate, entre as modalidades street e park, conquistou três pratas para o Brasil e conquistou mais adeptos da prática. Guilherme Canabarro, 14 anos, já havia praticado o esporte, mas parou no começo da pandemia. Quando viu os Jogos de Tóquio, decidiu que queria retomar. O pai dele, Luciano da Silva, 44, apoiou o filho. Juntos, eles foram até a loja Original Board Shop, de José, para montar um skate novo, um dos conselhos dados pelos comentaristas nas transmissões dos Jogos Olímpicos para quem quer começar no esporte.

- A Olimpíada influenciou mais, ele se empolgou para voltar a andar - conta.

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Para além do aumento de vendas, o gerente observa uma mudança de comportamento na procura pelo skate. Antes, mesmo quando pais compravam para os filhos, havia certa resistência. Agora, como no caso de Luciano e Guilherme, há encorajamento.

- Hoje eles não estão vindo por apenas querer um skate. Eles querem um esporte, que eles viram que é bonito, Um esporte que todo mundo bateu palma. Tem muito preconceito, até para construir uma pista, ninguém quer uma perto de casa - comenta José Cândido sobre o que mudou e o que segue igual sobre o skate.

Skatista que é, José espera que o esporte cresça em apoio, não apenas em praticantes. Para ele, quanto mais skatista, mais o poder público deve se preocupar em proporcionar espaços adequados.

- É um esporte. E, se todo mundo bate na tecla de que o esporte salva, doutrina e alinha a vida de uma pessoa, por que o skate vai ser diferente? - questiona.

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)

DESTAQUE
Em Tóquio, o skate foi uma das modalidades estreantes. Logo na primeira Olimpíada, o Brasil apareceu como protagonista, e a modalidade caiu no gosto dos brasileiros. Rayssa Leal, medalhista de prata no skate street feminino foi a atleta mais mencionada no Twitter durante o período de realização dos Jogos. Ela superou até a ginasta norte-americana Simone Biles, a qual tinha um emoji personalizado na rede social. Em nível nacional, Rayssa também ficou em primeiro lugar, a frente de Rebeca Andrade (ginástica), Italo Ferreira e Gabriel Medina (surfe) e Fê Garay (vôlei).

A prática do skate em Santa Maria engatinha em questão de locais na comparação com outras cidades gaúchas. Hoje, há pistas no Centro Desportivo Municipal (CDM), no Ginásio do Oreco e no Centro de Artes e Esportes Unificados. Um local para a prática tem construção prevista no Parque Itaimbé. Nenhuma, contudo, cumpre padrões para sediar competições, segundo a Nova Associação de Skate de Santa Maria.

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OUTRAS MODALIDADES
A procura por aulas de esportes olímpicos também cresceu. Na ginástica artística, o Brasil conquistou uma medalha de prata e uma de ouro com Rebeca Andrade. Em Santa Maria, isso refletiu na Escola de Ginastas Roberta Padilha. Embora as aulas sejam de ginástica rítmica, a proprietária da escola credita o aumento de interessados à maior repercussão dos esportes.

- Muitos assistiram à olimpíada por causa da matéria (sobre a escola no Diário). Foi motivação para todos, quem já treina e quem procurou - afirma Roberta Padilha.

O judô também conquistou duas medalhas. Foram dois bronzes com Mayra Aguiar e Daniel Cargnin. Além disso, Maria Portella foi a representante da Região Central na modalidade. O projeto Mãos Dadas, que ensina a modalidade em Santa Maria, abriu mais uma turma da categoria baby. Há cerca de 20 crianças em quatro turmas desta categoria.

- Abrimos mais dois núcleos do Mãos Dadas de Judô em função da Olimpíada - diz Aglaia Pavani, coordenadora do projeto.

COMO APRENDER

Skate

  • Projeto Bora Skatear
  • Quando - Terças, quartas e sábado, às 9h e, nos mesmo dias, às 14h no Centro de Artes e Esportes Unificados
  • Onde - Praça do Mallet
  • Quanto - De graça
  • Não tem limite de idade e não é necessário fazer inscrição

Ginástica

  • Escola de Ginastas Roberta Padilha
  • Idade - A partir dos 5 anos
  • Endereço - Rua Tamanday, número 300, Bairro Nossa Senhora de Lourdes
  • Contato - Telefone (55) 99150-9618, Facebook e Instagram

Judô

  • Projeto Mãos Dadas
  • Turmas - Baby judô (4 a 9 anos separados em turmas), intermediário (maiores de 10 anos iniciantes) e equipe de competição (maiores de 15 anos)
  • Onde* - Ginásio do Oreco (Tancredo Neves), Centro Espírita Fernando Ós (Camobi) e Caic Luizinho de Grandi (Lorenzi), Escola Dom Antonio Reis (Nossa Senhora Medianeira), Escola Augusto Ruschi (Juscelino Kubitschek)
  • Quanto - De graça
  • Contato - (55) 99992-4908

*Os locais variam conforme a turma. Horários devem ser consultados em contato com o projeto

ARTIGOS ESPORTIVOS
Um dos principais representantes do Brasil em Olimpíadas é o vôlei. No feminino, veio a prata. No masculino, o bronze escapou. Em uma loja de esportes no calçadão de Santa Maria, itens relacionados aos jogos, como bolas de futebol, vôlei ou basquete e luvas de boxe, não tiveram influência pelas disputas.

Desde o começo da pandemia, contudo, acessórios para musculação são vendidos com mais intensidade. A gerência atribuiu isso ao fechamento de academias, ainda no ano passado. Mesmo com a reabertura, a procura seguiu firme.

- Com a pandemia, aumentou bastante a procura de produtos esportivos para ficar em casa, sem parar - relata Marta Bressan, gerente da loja.

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)

A análise é de que, sem a pandemia, a Olimpíada teria ainda mais influência nas vendas. Marta pondera que o skate foi uma novidade, enquanto os esportes mais tradicionais poderiam ganhar novos adeptos no cenário de normalidade. Somente agora, segundo ela, com a retomada de quadras, há um novo movimento por artigos relacionados à vôlei e futebol.

O Brasil teve em Tóquio a melhor participação do país na história das Olimpíadas. Foram 21 medalhas, sendo 7 de ouro, 6 de prata e 8 de bronze.

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